Literatura Gaúcha: Martín Fierro

Martín Fierro foi um poema escrito por Jose Hernández, um poema muito conhecido na Argentina; sua primeira publicação venho em 1872 com o título de: "El Gaucho Martín Fierro" e 7 anos mais tarde venho a continuação em "La vuelta de Martín Fierro". Dessa forma, Jose Hernandéz conseguiu que os viventes escutacem suas propostas a favor dos Gaúchos. A obra de Jose, conta a história de um Gaúcho independente, heróico e sacrificado como um gaúcho dos pampas, caracterizado como o verdadeiro caratér Argentino, algo de diferença nos interessas políticos vigentes da época de Hernandéz.

Martín Fierro ao contrário dos outros livros em espanhol, foi escrito exatamente como os Gaúchos falavam. O escritor Leopoldo Lugones, na sua obra "El Payador" diz que o poema é considerado o livro nacional dos Argentinos, e reconheceu como o Gaúcho símbolo da Argentinidade.


A obra de Hernandéz foi traduzido em mais de trinta idiomas.

O gaúcho Martín Fierro passou a ser considerado um clássico e expoente máximo da literatura do país Gaúcho; e também é um patrimônio cultural da Argentina. Ao decorrer de 395 extrofes-sextilhas, relata a vida de um Gaúcho da região dos pampas, com estrofes cheias de vocabulários populares, que epressa seus sofrimentos, indignações, contestações, esperança, etc.

Ao longo de seus 13 capítulos, Hernandéz nos conta a história de um gaúcho que "perde sua liberdade" ao ser convocado à força para servir ao exército . Sendo vítima de inúmeras arbitrariedades de seus superiores, em pouco tempo se transforma em um desertor e, depois, ao regressar para casa, descobre que esta havia sido destruída e sua família tinha desaparecido.

Tomado pelo desespero, o desertor, e também payador ("trovador"), se une aos índios e se torna um fora-da-lei. O sargento Cruz, que o persegue, acaba por se tornar seu grande amigo e, ambos partem em busca de um lugar para viver em paz, na esperança de um dia poderem rever seus entes queridos. Porém, a sorte não os ajuda e vêem-se cativos de índios selvagens.

Escrito sob uma métrica octassilábica e composta por sextilhas, brotam do poema de Hernandéz elementos líricos e satíricos sob uma perfeita unidade entre forma e conteúdo, que sintetizam da forma mais magnífica a representação de um homem em uma dada época e lugar.

O ponto-chave da obra está intimamente ligado à exaltação da figura do gaúcho rebelde, e sumariamente, às questões universais que o circundam, como a vida, a morte, a injustiça, o sofrimento, a crueldade, a violência, a liberdade e o destino de um homem. Proclamando, com isso, uma espécie de literatura popular independente dos modelos empregados na literatura daquele momento.

Uma milonga escrita por Vitor Ramil no álbum gravado na Argentina, o Délilab, Ramil fala de Martín Fierro, em uma legítima milonga linda e gaudéria!



"alta la voz y animosa
como si cantara flor,
hoy, caballeros, le canto
a la gente de color.

marfil negro los llamaban
los ingleses y holandeses
que aquí los desembarcaron
al cabo de largos meses.

en el barrio del retiro
hubo mercado de esclavos;
de buena disposición
y muchos salieron bravos.

de su tierra de leones
se olvidaran como niños
y aquí los aquerenciaron
la construmbre y los cariños.

cuando la pátria nació
una mañana de mayo,
el gaucho solo sabía
hacer la guerra a caballo.

alguien pensó que los negros
no eran ni zurdos ni ajenos
y se formó el regimiento
de pardos y de morenos.

el sufrido regimiento
que llevó el número seis
y del que dijo ascasubi:
"más bravo que gallo inglés".

y aí fue que en la otra banda
esa morenada, al grito
de soler, atropelló
en la carga del cerrito.

Martín Fierro mató un negro
y es casi como si hubiera
matado a todos. sé de uno
que murió por la bandera.

de tarde en tarde en el sur
me mira un rostro moreno,
trabajado por los años
y a la vez triste y sereno.

¿a qué cielo de tambores
y siestas largas se an ido?
se los ha llevado el tiempo,
el tiempo que es el olvido."

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