A milonga é chamada por ritmo Rio-Platense porque é comum na área de Argentina, Uruguay e Rio Grande Sul. Embora o ritmo seja muito conhecido na Argentina, teve muita influência no Rio Grande do Sul, formando parte das tradições dos Gaúchos Rio-Grandenses. O termo “milonga” vem de uma palavra africana que significa - palavra-. Ao parecer também fazem a relação às origens com alguns tipos de danças africanas que se dançavam entre um homem e uma mulher, o que também se tornou uma característica da milonga. Ao princípio, a milonga era um tipo de poema cantado, onde as letras eram mais importantes do que a música. Quando este ritmo foi evoluindo, as músicas viraram mais complexas e um pouco mais rápidas. Este ritmo surgiu no século 19 com os Gaúchos Argentinos e depois se introduziu ao Rio Grande do Sul pela fronteira com Argentina. Era uma música principalmente cantada pelos “payadores” acompanhados pela guitarra, logo depois se incorporaram instrumentos como a flauta, o piano e o violino. A milonga foi influenciada por outros ritmos como o candombe, a mazurca e a valsa, e foi se formando o tango, ritmo que se tornou famoso mundialmente e foi evoluindo paralelamente à milonga. O termo milonga depois virou conhecido por ser uma dança, similar ao tango. Porém, o jeito de dançar milonga muda por regiões, por exemplo, a milonga Rio Grandense Gaúcha é uma dança calma. Pelas influencias à dança, ela possui giros lentos entre outros cortantes, lembrando os ganchos e sacadas do tango. Em 1968 o conjunto Farroupilha gravou pela primeira vez uma milonga no Rio Grande do Sul, “A Milonga do Bem Querer”.
Na Argentina, o local onde as pessoas vão dançar tango, o salão de bailes, também é chamado de milonga.
*Artistas famosos e canções
Vitor Ramil: Originário do Rio Grande do Sul. Começou sua carreira na década de 1980. Ele sempre achou interessante a cultura Rio Platense e literatura da autoria de Borges. Ele criou seu próprio selo e distribuidora de discos e livros, Satolep (que é Pelotas ao inverso, cidade a onde ele nasceu) e tem publicado dois livros, nove álbuns e acaba de editar um novo disco, Délibáb, de milongas.
Renato Borghetti: Nasceu em Porto Alegre em 1963, mais conhecido como Borghettinho. É um acordeonista, folclortista, artista plático, ensaísta e antropólogo Rio Grandense.
Também há artistas que fizeram grandes aportes ao ritmo da milonga como Roberto Firpo, Angel D'Agostino, Pedro Laurenz, Villoldo, Francisco Canaro, Rodolfo Biagi, Juan d'Arienzo, Edgardo Donato, Gabino Ezeiza, Aníbal Troilo, Lucio Demare, Domingo Federico, Angel Vargas, Mariano Mores, Francisco Lomuto e Carlos Di Sarli.
*Características
Existem diferentes características deste ritmo e dependem da região (Argentina, Uruguay ou Rio Grande do Sul). Está a milonga pampeana ou milonga tradicional. É conhecida por ter geralmente andamento lento, em compasso 4\4 ou 2\4, tonalidade menor, ou usando escalas menores quando tem tonalidade maior, o que dá a sensação de melancolia.Está a milonga arrabaleira, ou milongão. Geralmente é rápida, com compasso 2\4, as tonalidades similares à milonga tradicional, na batida do violão do milongão se usam os chasquidos que são vigorosos e acentuam os dois tempos e tem um contratempo particular deste tipo de milonga.A milonga corraleira também tem andamento rápido e em compasso de 2\4, é mais comum a tonalidade menor.Mas, a característica que une todos os tipos de milonga são os instrumentos usados: sempre presente o violão e na maioria das vezes a sanfona.