Porquê queremos nos separar do Brasil?

Motivos Culturais:


O Folclore e tradicionalismo Gaúcho, sem dúvida, estão entre os mais lindos.

A arte, a poesia, o churrasco, o chimarrão, a bombacha, o comportamento social, a lida campeira... personalizam seu hábito e tradição que, de geração em geração, perpetuam suas raízes.

Em um trecho da música do Gaúcho da Fronteira versa:

(...) quando de longe se escuta um acordeão tocar, qualquer pedacinho de querência, um rebenque, um laço velho, uma cuia de mate serve para remediar a saudade... porque matar, não mata. Saudade gaúcha, é muito mais (...)

(...) e o Rio Grande para nós é como Sol, longe dele não há vida... é só saudade (...)

Estamos muito mais próximos da cultura platina hispânica que brasileira. Em convívio entre Portugueses, Espanhóis, Alemães, Italianos, Nipônicos e nativos-crioulos, as culturas se adaptaram cada uma com as suas características e culto.

Como em muitas outras regiões do mundo, e com o mapa geopolítico dividido de forma arbitrária, povos e culturas lutam por justiça social. Dividiu-se territórios, esquecendo-se do mais elementar: A NAÇÃO (o povo).

Para os Chiapas, o território é o culto ao sagrado altar da vida. Para os Gaúchos, o território é o altar, o culto às suas raízes e sobrevivência. Arrancar-lhe as raízes, é abrir uma cratera irremediavelmente danosa à sociedade gaúcha.

Motivos Históricos:

O Rio Grande do Sul, um Estado-País inserido no "garrão" da Ibero-América (América do Sul), tem traços distintos quando comparados ao resto do Brasil. O Tratado de Tordesilhas, firmado em 7 de junho de 1494, no povoado de Tordesilhas entre Portugal e Espanha, sob a grande influência do papado da época , excomunga parte de Santa Catarina e todo o Rio Grande do Sul do Brasil.

Província de São Pedro do Rio Grande pertencia à coroa hispânica e, mesmo assim, os Bandeirantes residentes no Brasil investiram contra as pobres almas nativas, lhes arrancando do seio familiar os chefes de família , filhos maiores e às mulheres, que eram presas fáceis, deixaram os lusos (será que eram lusos?), uma grande desgraça: doenças que dizimaram grande parte da população nativa do Sul.

No ano de 1750 o Tratado de Madri, mais uma vez sob os auspícios interesses das duas coroas, a Nação Sulista foi de forma selvagem expulsa de seu primoroso "habitat" construído nas Missões dos Sete Povos. Portugal e Espanha, assinam em 13 de janeiro de 1750, o "Tratado de Madri" que expulsou os nativos das Missões dos Sete Povos para a cidade castelhana de Colônia de Sacramento. Foram, com este tratado, os nativos transferidos sem que pudessem levar consigo o fruto de seu suor e trabalho, as colheitas, os animais, e outros pertences necessários para a sobrevivência.

Foi nesta época que o herói nativo Sepé Tiarajú, o grande corregedor da tribo Tupi-Guarani, tombou em favor de seu povo, quando levantou a voz contra as arbitrariedades impostas pelas coroas de além mar gritando: - "ESTA TERRA TEM DONO".

O processo de perseguição continuou por parte dos supostos civilizados, investindo contra os nativos sulistas, e em outubro de 1777 firmou-se o Tratado de Santo Ildefonso, desfazendo o Tratado de Madri, que alguns historiadores contestam em sua autenticidade, devolvendo a Colônia de Sacramento e Missões dos Sete Povos aos Espanhóis em troca da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis).

Assim se sucedem os confrontos... o Rio Grande do Sul, transformado em palco de conflitos sempre foi uma província brasileira desrespeitada e desprestigiada, enquanto as demais províncias brasileiras repousavam em profunda paz.

Com a Proclamação da Independência do Uruguay em 25 de Agosto de 1825, a Província Cisplatina é ferida, perdendo parte de seu território. Emcabeçada pelo Cel. Bento Gonçalves da Silva, Honofre Pires e Domingos Crescêncio, entre outros heróis Gaúchos, iniciou em 20 de Setembro de 1835, a Revolução Farroupilha, com a tomada do Palácio Piratini, e a expulsão do então Presidente Provincial Fernandes Braga.

Como ato contínuo e consequência o General Antônio de Souza Neto, em 11 de Setembro de 1836, proclama a INDEPENDÊNCIA DA REPÚBLICA RIO-GRANDENSE, no campo dos Meneses em Piratini, estabelecendo também ali a primeira capital do novo País.

Até hoje a Bandeira oficial do Rio Grande do Sul mantém em seu escudo central a inscrição REPÚBLICA RIO-GRANDENSE.

Em 28 de fevereiro de 1845, o traidor Farroupilha, David Canabarro assina o tratado de Armistício, a Paz do Ponche Verde. Este tratado contudo, não desfaz o ato da Proclamação da Independência do Rio Grande do Sul, ao contrário, o mantém intacto.

Neste período de 1835 a 1845, três países reconheceram a nova Nação Independente:
  • URUGUAY: em seu segundo Mandato, Fructuoso Rivera declara guerra a todo e qualquer invasor da República Rio-Grandense, firmando o TRATADO DE CANGUE em 21 de Agosto de 1838.
  • INGLATERRA: em 23 de Março de 1845 através do Tratado de Livre Comércio celebrado entre os dirigentes Farroupilhas e o então plenipotenciário Embaixador Hamilton, desde que o Rio Grande do Sul abrisse seus portos ao mercantilismo Saxônico, o que foi prontamente aceito.
  • FRANÇA: em suas poucas aparições no ciclo Farroupilha levanta o mesmo reconhecimento em troca dos interesses portuários gaúchos.
Hoje, o Rio Grande do Sul, seguido de Santa Catarina e Paraná, cansados pelas discriminações reinantes de Brasília, buscam a sua autodeterminação, sem com isto desconsiderar os ilustres habitantes das outras regiões do Brasil.

O Rio Grande do Sul tem história para se manter no mesmo caminho do Uruguay, qual seja, da sua TOTAL E ABSOLUTA INDEPENDÊNCIA, aliás, independente já é, só se almeja restabelecer a antiga República Rio-Grandense... Nada Mais.


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